A repórter Laura Diniz:
acesso exclusivo ao inquérito sobre o caso Bancoop, um ensaio local para o mensalão federal
acesso exclusivo ao inquérito sobre o caso Bancoop, um ensaio local para o mensalão federal
A repórter Laura Diniz, de 28 anos, é uma das jornalistas mais aguerridas de VEJA. Como se diz no jargão da redação da revista, é daquelas profissionais que “não largam o osso”. Há seis meses ela acompanha as investigações do Ministério Público paulista sobre a Bancoop, a cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo. Esse caso vinha sendo esquadrinhado pelo promotor José Carlos Blat desde junho de 2007. Ele envolve desvio de dinheiro dos cooperados e de fundos de pensão de empresas estatais injetado na cooperativa. Os recursos originalmente destinados à aquisição de casas próprias para os cooperados foram desviados de forma cruel e criminosa. Diversas particularidades dão ao episódio a dimensão de escândalo político nacional. Uma delas é a participação nas malfeitorias de homens do dinheiro do PT. Eles foram agentes ativos dos crimes de desvio das verbas da Bancoop e seu carreamento para financiar campanhas eleitorais do partido.
Como mostra a reportagem que começa na página 70, o inquérito indica que parte dos recursos desviados ilegalmente abasteceu a campanha presidencial de Lula em 2002. Outra parte foi para os cofres de empresas pertencentes aos companheiros. É possível, ainda, que uma porção da bolada apreendida com os famosos “aloprados” - aquela que seria utilizada para pagar o dossiê fajuto contra José Serra em 2006 - tenha sua origem nos cofres da Bancoop.
Para o Ministério Público, o esquema traz digitais amadorísticas, pré-mensalão, antes de os petistas “profissionalizarem” seu caixa dois com a ajuda do notório Marcos Valério. Às vésperas de uma eleição presidencial das mais decisivas para os rumos do país, em relação à qual o Tribunal Superior Eleitoral acaba de dar mais transparência às contribuições financeiras para as campanhas, é espantoso constatar que pessoas apontadas no inquérito como suspeitas do desvio de dinheiro da Bancoop continuem a ocupar lugar de destaque nos escalões do PT. Entre elas estão Ricardo Berzoini, ex-presidente do partido, e João Vaccari, escolhido pelo presidente Lula para ser tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff. É de perguntar se, com personagens dessa estirpe à solta e em cargos decisivos no campo petista, existe a mínima possibilidade de a campanha presidencial de 2010 ser financiada de maneira limpa.
LINCK:http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/veja-carta-ao-leitor-o-pre-mensalao-do-pt/
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